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COMUNICADO DE IMPRENSA


No. 14/00

Ontem, Elizabeth Cristina de Oliveira Maia foi assassinada no Rio de Janeiro  por autores desconhecidos. O que pode parecer uma notícia de pouca importância, adquire significado maior para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.  Elizabeth, de 23 anos e mãe de três filhos, era sobrevivente da matança de meninos de rua em agosto de 1993 na área da Igreja da Candelária no Rio de Janeiro, matança pela qual foram condenados vários membros da Polícia Militar desse estado brasileiro e pela qual estão sendo processados outros agentes policiais. Elizabeth ia prestar depoimento judicial em um caso relacionado com eles  na semana próxima. 

Em 16 de junho deste ano, uma delegação da Comissão ouviu dos lábios de Elizabeth sua história, desde seu passado como menina de rua, sua difícil adolescência e vida atual procurando estudar e trabalhar para manter sua família.  Elizabeth testemunhou perante a Comissão, frente a uma delegação de famílias e sobreviventes das matanças da Candelária e Vigário Geral, reunidas para presenciar junto à Comissão a assinatura, por parte do Governador Anthony Garotinho, da Lei Estadual por ele promovida que reconhece a responsabilidade estadual pela referidas chacinas e destinando uma pensão vitalícia às vitimas sobreviventes ou às respectivas famílias. O Governador Garotinho, em conferência de imprensa nesse dia e na frente de Elizabeth, de seus filhos e de outros familiares das vitimas dessas matanças, em nome do Estado de Rio pediu desculpas por essa violação por agentes do estado e iniciou imediatamente conversações para negociar uma solução amistosa a respeito de tais violações, cujos casos respectivos tramitam na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 

A Comissão espera que as autoridades tanto federais brasileiras como do Estado do Rio de Janeiro tomem com urgência as medidas de investigação e judiciais necessárias para esclarecer este trágico assassinato de Elizabeth Cristina de Oliveira Maia, processar e punir os culpáveis e prevenir a repetição dessas deploráveis violações aos direitos humanos.

 

Washington, D.C. 29 de setembro de 2000